no fundo de seus olhos
Enquanto lhe trocava a roupa, lembrava de minha primeira lembrança... Lá estava ele, comigo pela mão a olhar o mar, contemplando o ciclo das águas. Concluí de como era incrível que, para as pessoas que amamos e convivemos, não conseguimos distinguir a idade em suas fisionomias. Meu pai sempre havia sido aquele, magro, estatura mediana, cabelos pretos que lhe emolduraram seu rosto branco e sorridente. No final, lhe faltaram cabelos e os que restaram eram brancos feito geada, como quando quebrávamos o gelo em poças d´água a caminho da escola. Talvez até sua altura não fosse a mesma, mas no fundo de seus olhos, sempre lá esteve a me sorrir.