segunda-feira, maio 08, 2006

agonia da espera

Todos esses três anos de silêncio me deixaram melancólica, ao recordar-me das risadas fáceis, das conversas na madrugada de minha casa onde meu pai discutia com pessoas que significaram tanto para aqueles anos de chumbo. Aquela aflição de vê-lo, ali, contido pelos verbos, com suas pálpebras cerradas, ocultando o brilho de seus olhos, me trazia uma agonia que revertia-se em choro.
Aquele murmúrio reacendeu a esperança, chamei Eduardo e sua filha para vê-lo, na esperança de que voltaria de seu sonho contínuo, de que voltaríamos a sentar juntos no jardim, sob o caramanchão de madressilvas para ler nossos livros, reencontrar Drummond, Cecília Meireles, Vinicius de Morais. Olhar o sol se pondo no rio e escutar o som que ele faz, como meu pai dizia em minha tenra infância. Foi motivo de alegria na semana toda, mas os dias se passaram, se passaram, e ele voltou a sua clausura, embora daquele dia em diante soubesse que ele me percebia a sua volta e o amei como nunca. Restou o aroma inebriante da madressilva que não sei de onde veio para encher todo o quarto.

3 no bloco de notas:

Blogger Lúcia registrou a lembrança...

Caro poeta
Fiz uns ajustes no meu blog e agora estou com banda larga.Visitarei este blog com mais frequência. Um abraço.

11:12  
Blogger lena registrou a lembrança...

estava com saudades de te ler e contunuas a prender-me pelo que escreves,
consegui sentir o aroma da madresilva, aqui neste teu belo cantinho


aos poucos estou de volta

obrigada pelo tua força

beijinhos para ti e um abraço cheio de ternura

lena

17:26  
Anonymous Anônimo registrou a lembrança...

Greets to the webmaster of this wonderful site. Keep working. Thank you.
»

22:12  

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