Marília
Sim, eu existo.
Meu nome é Marília, tenho cinquenta e seis anos e por três anos e meio cuidei de meu pai, até seus oitenta e sete anos.
Se deu trabalho? Claro que sim, mas ele tinha muito crédito comigo. Foram anos ma
ravilhosos que vi um homem e vi um mundo ao seu redor.No início, não sabia por quanto tempo vou poderia cuidá-lo. A vida lhe pesava e eu não era mais uma menina.
Nos pensamentos atribulados que ele mostrava, misturava ternura e desespero de quem um dia estava lúcido e noutro nem sabia onde se encontrava, muito menos me reconhecia. A fala perdera logo e me restavam seus olhos, seu sorriso abstraído de movimentos mínimos.
Mesmo que passasse dias sem me reconhecer, aproveitava para saborear seus gestos que nunca faltavam. Quando ele estava em seus momentos de lucidez saboreamos álbuns e lembranças, urgentes do tempo que nos restava.
4 no bloco de notas:
Silvio, boa noite, bom dia.
Sim, como viu, usei nossa amiga para manter contato. Estava me sentindo em Plutão, sozinha e gelada (risos).
Obrigada pela gentileza, querido.
Estava morrendo de ansiedade por ficar sem contato, apesar de não ficar sem ler, todos os dias, suas inigualáveis palavras em ambos os blogs e agora neste.
Como diria a Santa para mim, você é louco! Foi o que ela me disse ao descobrir meu terceiro blog que estou indicando agora a você(risos).
Mas, percebo que, quem escreve, não consegue ficar sem esse veneno maravilhoso, não se contêm uma algumas páginas e sim, quer se esparramar em todas as páginas possíveis.
Parabéns pelo conto. Estou lendo e acompanhando sua criação.
E, com sua permissão, aproveito para comentar aqui, os poemas e histórias dos outros dois blogs.
Desculpe escrever esse jornal, é a saudade que estava do contato com você e sua arte.
Beijos
Desculpe, o contosecontas sou eu. coloquei o endereço errado.
Olá, Sílvio! Muito interessante seu conto, essa luta contra o tempo e, ao mesmo tempo, a favor dele, da vida. Beijo da Ursa!
Passando...
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