por um fio
Depois de três anos de cuidados, meu pai chegou a ficar três semanas na cama, sem expressar o mínimo gesto. Seus olhos abriam e fechavam como se estivesse desanimado, como se já não quisesse mais estar onde estava. Para alimentá-lo tive muitas dificuldades, até porque já não sou tão jovem e também a mim os anos trazem seu peso. Meu filho que não podia vir todo dia, passou semanas vindo diariamente. Mesmo com tudo aquilo, não encarei como um peso; para mim era um carinho que ainda podia dar-lhe. Ao cabo da terceira semana, eu já não continha minhas lágrimas. O simples fato de olhá-lo ali, em sua visão perdida para a janela, me fazia chorar solitária no quarto. Porém, num domingo de inverno ao fim da tarde, no frio de agosto e numa nuvem de aroma de madressilvas, como que acordando de um sonho, ele pronunciou a única sílaba dos últimos três anos e era de meu nome... Ele me fez sorrir, o sol ainda entrou pela janela e iluminou a foto onde meu pai e minha mãe me levavam pela mão num passeio pelo parque de diversões.
5 no bloco de notas:
boa tarde, sílvio
como está?
desejo-lhe um bom fim de semana
um grande beijinho,
alice
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Sílvio querido,
Tou chegando aos poucos...Lentamente.
Bjs
Que recordações me trazes...
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