quarta-feira, fevereiro 23, 2005

refém das horas - VI


Com o ímpeto que busquei na energia de uma infância remota, consegui erguer-me. Apoiando-me na cama, cheguei até ele, que batia uma de suas asas amedrontado. Peguei-o entre as mãos e deixei-me cair sentado na poltrona, quando Marília, um homem, talvez Eduardo, trazendo a menina pela mão entraram no quarto. Eu, vitorioso, acariciava a cabeça do bichinho e sorria como se tivesse sido a primeira vez que segurasse um pássaro. Eles se puseram ao meu redor, mais surpresos pela minha audácia do que pelo amontoado de plumas que se acomodava entre minhas mãos.

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