sexta-feira, janeiro 28, 2005

morango mofado - IV


A menina procura meus olhos e quando os encontra se esconde no peito de Marília, que ri e canta novamente. Provavelmente está contando-lhe como aprendeu cada verso. Fecho os olhos e lembro de uma figura materna, que nem rosto mais tem, segurando minhas mãos contra sua face, num sorriso carinhoso. Sinto o cheiro de seu leite, de seu colo, de seu calor. Estará ela me esperando do outro lado? Bobagem... Que bobagem! Ela está na minha mente e daqui para frente, tudo é passado. Nada mais de morangos, vermelhos, doces, suculentos. Talvez morangos mofados, como algum livro que li há séculos.

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