segunda-feira, maio 30, 2005

tempos de ventania - II


Porém hoje, o dia não nasceu. De manhã, quando Marília entrou no quarto e se aproximou, reparei que a noite se estendeu só para mim. Meus olhos, que já vinham fracos, recusaram-se a abrir a janela de minha alma. Noite, breu, escuridão. Se minha boca já calara-se há muito, se meus ouvidos denunciavam sons ininteligíveis, agora meus olhos eram dois sóis que se puseram, sem luar, sem vela, sem aviso.

1 no bloco de notas:

Blogger Saramar registrou a lembrança...

Ah! não, não! Ele perdeu a única coisa que tinha e que o mantinha ligado à vida e aos dias.
Isso é muita tristeza!
A vida é muito cruel, às vezes.

12:02  

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