gritos mudos - III
O sol já deve estar alto. Escuto seus passos junto à porta. Marília! Venhas me acalentar, deixes tudo para depois e venhas me lembrar das coisas que esqueci. Teus gestos são como álbuns abertos sem escolher a página. Como um turbilhão, tua simples presença acelera minha cabeça e te vejo, menina, moça, mulher. Linda como tua mãe, suave como a minha, que já nem recordo mais o rosto.
Eu ainda tinha muito o que te contar quando tudo aconteceu, mas não sei nem quando foi. De repente, sem prévio aviso, sem sinal no calendário, envelheci. Tudo o que faltava dizer, calou-se. Todos os lugares que gostaria de te mostrar, desapareceram. Todos os carinhos, esses sim, te dei. E agora, no silêncio em que pronuncio amor, me retribuis com afagos delicados e afetos desmedidos.
Eu ainda tinha muito o que te contar quando tudo aconteceu, mas não sei nem quando foi. De repente, sem prévio aviso, sem sinal no calendário, envelheci. Tudo o que faltava dizer, calou-se. Todos os lugares que gostaria de te mostrar, desapareceram. Todos os carinhos, esses sim, te dei. E agora, no silêncio em que pronuncio amor, me retribuis com afagos delicados e afetos desmedidos.
3 no bloco de notas:
Oi!
Abraços do CC.
"de repente, sem aviso , envelheci"... essa frase é todo um poema. Adorei o teu texto. Grande abraço!
Silvio, querido, isso é um poema escondidinho aqui dentro do romance.
Hoje, fiquei quase o dia todo lendo aqui. Lendo e relendo, depois daquelas explicações que me deu, tão gentilmente.
E vou ficando cada vez mais encantada e angustiada, sofrendo com ele.
Beijos
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