quarta-feira, abril 28, 2004

resquícios na alma - III


Nos longos anos que ficamos distantes, vivi para dentro, buscando nos livros as vidas que não vivi, as viagens que não experimentei, como drogas que nunca entorpeceram minha saudade. Ser ou não ser, não fazia mais questão. Navegar já não era preciso, era errante como um passo bêbado.
Agora, quando essa nave que me contém já não obedece meus anseios, tu surges do nada, como uma chuva de verão e me encharca de momentos perdidos no tempo, sem data e sem aviso, sem sustos ou afagos, apenas tu, repousando teus olhos sobre mim. Não vejo prelúdios nem epílogos, não vejo sinais em teu rosto, apenas uma fotografia que fugiu de minhas paredes e pôs-se de pé, a minha frente, à distância de poucos passos... uma eternidade.

1 no bloco de notas:

Blogger mixtu registrou a lembrança...

...uma eternidade...
saludos

00:29  

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